
Tenho reparado em enormes filas nas portas dos supermercados, aos sábados de manhã… dia de mercados bio ao ar livre em vários pontos da cidade de Lisboa (no Príncipe Real, no Campo Pequeno, na Feira da Ladra, no Parque das Nações, em Carcavelos, em Almada, Cascais, Loures…) e por isso, é o dia em que frequentemente me desloco a algum deles para comprar um saco cheio de hortaliças e de outros alimentos maravilhosos, viçosos, recém colhidos (no caso das hortaliças) e de produção local.
E penso… apetecia-me ir ali, à fila do supermercado, dizer a cada um e a cada uma: “Vem, hoje é dia de mercado de “alimentos-medicina”!!! E é ao ar livre e não tens (quase) fila!
Entristece-me ver aquele hábito de comprar “alimentos” processados, açucarados, contaminados, muitas vezes sem consciência de quanto nos atordoam e nos debilitam o sistema imunitário, assim como da pegada ecológica e social que têm detrás.
Que pena tantos desconhecerem ou desconsiderarem as benesses dos alimentos reais, tão maravilhosos, tão saborosos que nos dão saúde e alegria, que nos fortalecem o sistema imunitário, que fomentam o equilíbrio emocional e nos enchem de vitalidade!
Quanta saúde e empoderamento de fácil alcance porém invisibilizado…!
Muitas vezes é pelo preconceito de que os “bio” são caros! Pensamento instigado pelas sociedades capitalistas competitivas… E alinhamos nesse afã por gastar o mínimo possível na alimentação, enquanto investimos na melhor marca para objectos que não nos são essenciais.
Mas… e que sejam caros, nem é verdade! Se fizermos uma análise holística vemos que são SEMPRE mais baratos… temos um “barato” de longo prazo, economizando dinheiro e tempo em tratamentos de saúde (pois com os alimentos bio estás a apoiar o funcionamento óptimo dos teus orgãos sem sobrecarga tóxica, prevenindo problemas endócrinos, neurológicos e cancerígenos).
Por outro lado, em relação ao numerário gasto no momento, digo-te: várias/muitas vezes encontrei alguns produtos mais baratos no “bio” que no “convencional” (vegetais, castanhas, sementes, frutos secos…).
E que outras vantagens encontro nos mercados bio?
– Não têm fila (ou muito menos que num supermercado convencional)
– Estás ao ar livre (e alguns mercados estão localizados em espaços bem bonitos e cheios de arvoredo – é um boa oportunidade para estares ao ar livre neste período com tantas restrições)
– Tens todo o tipo de vegetais, frutas, PANC’s (plantas alimentícias não convencionais), leguminosas, cereais, pão artesanal, flores, etc
– Não tens embalagens, não tens aditivos, nem rótulos com nomes estranhos!
– Só tens alimentos saudáveis, portanto não tens como comprar coisas que corrompam os teus desejos fisiológicos. Num supermercado, acabas por sentir o apelo dos alimentos processados, ricos em açúcar refinado, sal e gorduras trans. Os quais trazem toxicidade ao teu corpo, baixam a imunidade e propiciam a instabilidade emocional.
– “Poupas” em suplementos: produtos biológicos, integrais/inteiros, recém-colhidos são muito mais ricos em nutrientes 😉 vitamina C, A, carotenoides… zinco e outros minerais; quercitina, antocianinas, sulforafanos, entre outros antioxidantes; vitaminas do grupo b (incluindo a afamada b12), etc.
– Quase todos os produtos são nacionais e de proximidade (a maior parte das bancas só vende mesmo produção própria). Consumir produtos sazonais e locais traz também enormes benefícios à saúde e ao ambiente. Naturalmente, as nossas terras, nestas latitudes e nesta altura do ano, não produzem manga, tomate ou pepino, por exemplo! São necessários muitos mais recursos, ou a importação, ou o uso de hormonas e outros tóxicos para os termos nos supermercados nos meses de inverno.
– Apoias pequenos produtores, ao invés de grandes corporações. O dinheiro vai directamente para as mãos das pessoas que vês. Pessoas que trabalham a terra sem a envenenar, que cultivam em modo plural, diversificado, conhecendo os diálogos e amizades que se estabelecem entre as plantas, os insectos e os elementos… quais guardiães da biodiversidade! 🙏💚🌎
E recorda, o teu consumo é um ato político… vota bem com o que consomes!
Como dizia Agostinho da Silva, “ Eu não quero saber das campanhas eleitorais (…) quero saber das ideias que as pessoas têm e da maneira como depois as vão defender e praticar.”
Caso não tenhas a possibilidade de te deslocar a estes belos mercados podes também fazer a encomenda de cabazes bio directamente aos produtores ou através de lojas de produtos bio.
Deixo-te o link onde te podes informar sobre os mercados bio ao ar livre:
https://agrobio.pt/contactos-produtores-mercados-agrobio/
Cuida-te! Cuida da Terra!